Rita Montalcini, mulheres na ciência.
Postado em February 17, 2021 | por Mamma

Mulheres na Ciência: conheça Rita Levi-Montalcini, a Dama das Células

3 minutos para ler

 

No dia 11 de fevereiro é comemorado o Dia das Mulheres na Ciência. Não é novidade por aqui que a Mamma é apaixonada por mulheres inovadoras e à frente do seu tempo, e para celebrar essa data, conheceremos melhor a musa cientista da Mamma: Rita Levi-Montalcini.

 

A História de Rita Montalcini

Rita Montalcini criança.

Rita Levi-Montalcini em baile beneficente. Foto: arquivo pessoal / Facebook.

Foi em abril de 1922, na pequena cidade de Turim, na Itália, que nasceu Rita Montalcini, uma das médicas italianas mais conhecidas de toda a história. Filha de uma pintora e de um matemático, Rita sempre teve grande apreço pela ciência, assim como pela arte.

 

No início de sua carreira, influenciada por escritoras como Selma Largerlof, Rita considerou tornar-se escritora, mas logo mudou os planos devido ao diagnóstico de câncer de um grande amigo da família. A partir daí, a musa fica curiosa para entender melhor sobre a doença e, assim, conseguir ajudá-lo.

 

Foi aí que Rita decidiu cursar medicina na Universidade de Turim. Entretanto, o percurso não foi fácil devido à forte oposição de seu pai com relação aos estudos. Ele acreditava que mulheres deveriam se dedicar à vida doméstica, como mães e esposas. Contudo, a forte personalidade e coragem de Montalcini a fizeram enfrentar o pai conservador e finalizar o curso de medicina no ano de 1936, graduando-se em neurologia e psiquiatria.

 

Ao se formar, ela permaneceu dentro da academia, mas dessa vez como professora, mas sua trajetória foi interrompida pelo governo de Mussolini. Ao decretar o que ficou conhecido como “Manifesto da Raça”, Rita foi friamente perseguida e expulsa de suas funções, já que pertencia a uma família de origem judia.

 

Foi a partir daí que Montalcini tomou uma decisão que mudaria sua vida: durante a Segunda Guerra Mundial, ela criou um laboratório clandestino para estudos dentro de seu próprio quarto. Nesse local, começou a estudar uma tese que no futuro a levaria a ganhar um prêmio Nobel, a partir de fibras nervosas em embriões de galinha.

 

Ao longo da guerra, sua família foi obrigada a fugir para buscar refúgio e chegou até a cidade de Florença. Persistente, Rita recriou o antigo laboratório na casa onde se escondia com sua família.

 

Rita Montalcini na Universidade de Washington.

Rita Levi-Montalcini examinando negativos. Foto: Bernard Becker Medical Library Archives, Washington University — St. Louis.

Não satisfeita com os seus esforços, ela se juntou às forças Aliadas como médica para combater o fascismo na Itália. Sua família só retornou para a cidade natal, Turim, em 1945, com o final da guerra.

 

Em 1946, a musa recebeu um convite para dar continuidade às suas pesquisas na Universidade de Washington, em St. Louis, no Missouri. Ela permaneceu no cargo durante 30 anos devido aos excelentes resultados.

 

Todo o seu tempo e inteligência dedicados à ciência fizeram com que ela recebesse um apelido: “Dama das Células”. Sua habilidade na ciência e insights eram de fato muito acima da média. Em 1986, Rita Levi-Montalcini recebeu o Prêmio Nobel de Medicina, em conjunto com Stanley Cohen.

 

Seus estudos focados no crescimento de células neurais, que tiveram início em um laboratório improvisado, ajudaram intensamente a entender melhor algumas condições de saúde, como a demência senil e doenças tumorais.

 

Rita mudou o curso da medicina moderna com a sua coragem, ousadia e inteligência. Fascinante, não é mesmo? 

 

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